O que falta para as máquinas dominarem o mundo?
- Gustavo Quariguazi
- 29 de jun. de 2016
- 3 min de leitura
Um assunto tão importante quanto a escassez de recursos é para onde caminha a humanidade nesse cenário tão incerto que surge no horizonte. A tecnologia criada é capaz de trazer enormes facilidades, quebrar paradigmas e realizar ações que antes pareciam impossíveis.
Com o surgimento e aplicação das tecnologias é possível desenvolver novas tecnologias ainda mais avançadas e sempre evoluir tanto em conceitos quanto em aplicações. Algumas tecnologias que surgem são um marco para a humanidade assim como o surgimento do próprio computador que causou no mundo o que chamamos de disruptura.
Tecnologia disruptiva ou inovação disruptiva é um termo descrevendo a inovação tecnológica, produto, ou serviço, que utiliza uma estratégia "disruptiva", em vez de "revolucionário" ou "evolucionário", para derrubar uma tecnologia existente dominante no mercado. É sistematicamente demonstrado para a comunidade de pesquisa que as mais disruptivas inovações são uma minoria comparados com as inovações "revolucionárias", que introduzem uma inovação de maior performance no mercado.
Exemplo de tecnologias disruptivas sucedendo são raros. Ocasionalmente, uma tecnologia disruptiva vem a dominar um mercado existente, seja preenchendo um espaço no novo mercado que a tecnologia antiga não conseguia atender, ou por sucessivamente mover para cima no mercado, começando com um produto mais barato com performance inferior, e através de aperfeiçoamentos finalmente deslocar os líderes do mercado (como as câmeras digitais substituindo as câmeras por filme).

Por contraste, uma tecnologia "revolucionária" introduz produtos com novas características bastante melhoradas. Este é o tipo de inovação que mais frequentemente substitui o incumbente do mercado. Adicionalmente, uma tecnologia evolucionária melhora a performance de produtos já estabelecidos, geralmente de forma incremental.
Seja de forma revolucionária, disruptiva ou evolucionária, os robôs vem realizando tarefas atualmente de forma muito mais eficientes que os seres humanos. De forma mais barata, mais rápida e sem erros.
Então o que falta para os computadores assumirem a sua real importância e se tornarem indispensáveis em detrimento dos humanos?
Falta apenas a capacidade de tomar decisões levando em consideração um número sem fim de variáveis e sutis características que os humanos conseguem desempenhar de forma magistral através de seus cérebros.
E como se resolve isso?
Dando aos computadores capacidades quase ilimitadas de armazenamento de informações e conhecimento de variáveis baseadas em estatísticas.
Em março de 2016 o supercomputador AlphaGo desenvolvido pela Google venceu um campeão mundial de GO (um jogo considerado mais complexo que o xadrez). Sendo capaz de analisar as jogadas e prever os movimentos humanos com bastante antecedência. O DeepBlue da IBM já havia vencido o famoso campeão de xadrez Garry Kasparov 10 anos atrás, mas a tecnologia do AlphaGo é ainda mais complexa e utiliza um sistema conhecido como "Deep Learning" (aprendizagem profunda) que é um método de aprendizagem automático que imita a camada de neurônios no cérebro humano. Abaixo, na foto da esquerda, temos o DeepBlue (enorme) e na direita, o AlphaGo (com dimensões de um computador pessoal comum).


Embora o uso de computadores e robôs ainda dependam de uma programação para ser executada, com o desenvolvimento da inteligência artificial, o termo "programação" será substituído por "ensinamento". Isso mesmo, as máquinas serão ensinadas e capazes de tomar suas próprias decisões.
E para quem acha que essa realidade está muito longe, saiba que a NVIDIA já criou redes neurais de sistemas de inteligência artificial precisa em supercomputadores, capazes de realizar milhões de cálculos simultâneamente. O DGX-1 é um supercomputador com oito placas Tesla P100 com 16 GB de RAM cada uma e 7 TB de armazenamento para guardar todos os dados de forma bruta. Esta máquina já terá software de treino em redes neurais, embora haja a possibilidade para os programadores usarem suas próprias soluções de acordo com a necessidade.
Esta máquina visa ajudar os pesquisadores a criarem redes neuronais que simulam pensamentos como se fossem o cérebro humano. Estas redes olham para enormes conjuntos de dados e analisam as singularidades e diferenças a múltiplos níveis. Como resultado, é criado um sistema de consegue olhar rapidamente para imagens e objetos e fazer o devido reconhecimento.

Quais seriam os desafios e implicações para o futuro?
Caso esses supercomputadores decidam se tornar conscientes e capazes de tomar decisões, o que os impedirá de decidir se nós humanos devemos ou não continuar existindo na Terra? Eles podem se sentir ameaçados ou, através de toda a informação disponível, verificar que a quantidade de seres humanos existentes não seja compatível com a produção de recursos ou geração de poluição e tomar algumas "providências" para equilibrar o sistema. Essas possibilidades até hoje já apareceram nas telas de Hollywood, por exemplo, no filme Avengers 2, a Era de Ultron ou nas clássicas séries de filmes, O Exterminador do Futuro e Matrix. Pode parecer um assunto muito distante, mas as implicações éticas sobre a criação de sistemas tão complexos deveriam ser discutidas em nível mundial, pois os efeitos podem ser imprevisíveis.
E você, já pensou sobre o assunto?
Fontes:
http://exameinformatica.sapo.pt/noticias/hardware/2016-04-06-Nvidia-cria-supercomputador-para-inteligencia-artificial
http://www1.folha.uol.com.br/tec/2016/03/1748016-computador-vence-partida-contra-campeao-de-jogo-mais-dificil-que-xadrez.shtml
http://www.nvidia.com/object/deep-learning-system.html
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