O anticoncepcional masculino está próximo de ser uma realidade.
- Gustavo Quariguazi
- 10 de fev. de 2016
- 2 min de leitura
O dia 18 de Agosto de 1960 foi um desses dias que mudam tudo no mundo. Neste dia aconteceu o lançamento comercial da primeira pílula anticoncepcional feminina no mundo. O Enovid-10. Este pequeno medicamento revolucionaria todo o hábito sexual do mundo ocidental.
O mais interessante desta história é que o anticoncepcional, até 1965, era proibido nos Estados Unidos. Então, o cientista chamado Gregory Pincus desenvolveu a droga com a alegação de se tratar de um medicamento "para aliviar sintomas desagradáveis da menstruação".
Na época, o sexo ainda era tratado somente como meio de reprodução. Após o desenvolvimento da pílula, o casal começou a encarar o sexo como meio de prazer. Durante as décadas seguintes, diversos outros métodos contraceptivos foram desenvolvidos. Além disso, tivemos a ampla difusão e popularização dos preservativos, demandado pelo rápido crescimento dos casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST).
A inclusão das pílulas anticoncepcionais no dia-a-dia das famílias começou a chamar a atenção dos homens que passaram a questionar e duvidar da fidelidade de suas parceiras. Sem dúvida, a liberdade sexual teve um aliado importante desenvolvido pelos laboratórios.

Até agora, a responsabilidade pelos metodos contraceptivos sempre foi jogado, em sua maior parte, sobre as mulheres. Pesquisas recentes cada vez mais profundas vem demonstrando os efeitos negativos causados nas mulheres que utilizam esse tipo de medicamento por longos períodos. Fatores associados à obesidade e mal-estar são mais comuns. No entanto, até mesmo lesões cerebrais já foram detectados como embolias ou AVC.
Na busca por equilibrar esta responsabilidade, cientistas japoneses da Universidade de Osaka descobriram que é possível bloquear uma proteína do esperma de ratos e deixá-los temporariamente inférteis. A proteína em questão se chama calcineurina, e foi bloqueada pela ação de dois inibidores químicos (a ciclosporina A e a tacrolimo, ou FK506). Os cientistas, liderados por Masahito Ikawa, deram doses dos inibidores para os ratinhos. Mais ou menos cinco dias depois, os camundongos copularam com fêmeas - e nenhuma delas ficou grávida. Depois de uma semana sem os inibidores da calcineurina no organismo, os camundongos voltaram a ficar férteis.
Assim como os camundongos, os humanos machos também têm essa proteína no esperma. Tudo indica que os inibidores funcionarão do mesmo jeito com eles. Inclusive, os inibidores químicos usados no estudo são até bem fáceis de encontrar, porque fazem parte da composição de remédios próprios para humanos, como os que ajudam a evitar a rejeição no corpo que recebeu um órgão por transplante.
No entanto, o estudo ainda não definiu as dosagens adequadas que ainda precisa ser regulamentada além dos estudos complementares que precisam ser realizados para identificar os efeitos negativos e colaterais sobre os homens. Pode levar anos até que isso aconteça. Os cientistas estão otimistas com as pesquisas que pode novamente causar uma revolução sobre a forma como o homem e a mulher se relacionam com a responsabilidade sobre o assunto e ainda com o bonus de poder ser benéfico para a mulher a não necessidade de tomar os hormônios atuais por longos períodos e tendo impactos negativos em sua saúde.
Fontes:
http://super.abril.com.br/ciencia/cientistas-estao-perto-de-criar-anticoncepcional-masculino?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super
http://www.dw.com/pt/1960-primeira-p%C3%ADlula-anticoncepcional-chega-ao-mercado/a-611248
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